23 fevereiro, 2012

Engenharia Natural no Arroio Guarda-mor


Resumo – A instabilidade dos taludes e a erosão em um curso de água são, em princípio, resultados de processos fluviais de origem natural. Esses eventos podem resultar em danos econômicos e sociais, que o homem, involuntariamente pode agravar, ou controlar se houver interesse. Como forma de estabilizar declives e controlar processos erosivos, pode-se fazer uso das técnicas de bioengenharia. Estas biotécnicas são conhecidas e utilizadas há décadas na Europa (em países como Alemanha, Suíça e Áustria) e na América do Norte. No Brasil, entretanto, são ainda pouco conhecidas, dada a falta de uma visão sistemática, decorrente de estudos, observações e experimentos, que permitam sua utilização e difusão. Este trabalho revisa os conceitos relacionados ao tema, apresenta informações sobre as características e os processos fluviais particulares de um curso de água tomado como referência – o arroio Guarda-mor –, e experimenta formas de estabilização dos seus taludes, dando especial atenção à performance e às qualidades biotécnicas de algumas espécies vegetais de ocorrência local. Obteve-se sucesso com os dois modelos de intervenção experimentados. Estes puderam ser implementados com materiais vegetais e construtivos locais e a um custo justificável. Entre as quatro espécies estudadas e experimentadas, apenas Calliandra brevipes mostrou-se pouco promissora. Phyllanthus sellowianusSalix humboldtiana e Sebastiania schottiana revelaram-se capazes de produzir os efeitos esperados para a estabilização de taludes fluviais.
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Fonte: SUTILI, F. J. Manejo biotécnico do Arroio Guarda-mor: princípios, processos e práticas. Dissertação de Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2004. 114p.


Arquivo completo disponível em:
http://www.cesnors.ufsm.br/professores/sutili/Dissertacao_12.07.04_SUTILI.pdf


19 janeiro, 2012

Primeiro Evento Internacional sobre Engenharia Natural

Vai realizar-se, de 19 a 22 de Setembro próximos, o "Cascais World Forum 2012", uma iniciativa de APENAAEIP(Asociación Española de Ingeniería del Paisaje) e EFIB (European Federation for Soil Bioengineering), com o apoio de Cascais Natura (Câmara Municipal de Cascais).


SOILBIOENGINEERING AND LAND MANAGEMENT NEW CHALLENGER

Objectives

• Provide a global venue, with scientific sessions and world-known speakers, for professionals, decision makers, researchers and students from diverse backgrounds, including the earth sciences, bioengineering, landscape architecture, natural resources and land management and public policies;
• Discuss new developments in the science and practice of low-cost, effective solutions, in bioengineering;
• Identify biodiversity and ecosystem aspects useful to establish the ecological status of landscapes;
• Promote tools for a more appropriate land management, especially in urban and peri-urban areas;
• Provide practical solutions to the imbalances between Nature and Humanity, in communion with the results of Rio +20 Summit, to be held in June 2012.
• Amplify knowledge and experience of EU Water Framework Directive (WFD) and other policies involved in soil restoration and landscape management.


Scientific areas:

1. Landscape and Land Management
2. Slope Stabilization & Restoration
3. Fluvial and Coastal Stabilization & Restoration
4. Ecological Quality and Biodiversity
5. Rainwater Harvesting
6. Recuperation and Renaturalization of Degraded Areas
7. Requalification and Rehabilitation in Urban and Peri-Urban Areas
8. Greenways
9. Policy Implementation for Land Restoration and Conservation


Official languages:

• English
• Portuguese
• Spanish



Call for Abstracts
• Abstracts: 1 page A4, Arial 11, Text (maximum: 250 words, excluding title and references), Title, Author(s), Affiliation(s), Scientific Area and Keywords;
• Format: only .pdf or .doc files.
• Deadline: March 25, 2012


MAIS INFORMAÇÕES:

http://www.cascaiswf2012.org/

21 outubro, 2011

Renaturalização

Vídeo muito interessante mostrando o emprego de técnicas de Engenharia Natural (Bioengenharia de Solos) nos trabalhos de renaturalização fluvial.

10 outubro, 2011

MESTRADO NA ÁREA DE ENGENHARIA NATURAL (BIOENGENHARIA DE SOLOS)












O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal (PPGEF) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) abre duas vagas para pós-graduação em nível de mestrado na área de Engenharia Natural (Bioengenharia).


As inscrições podem ser feitas até o dia 28 de outubro de 2011, para ingresso no primeiro semestre letivo de 2012.








Maiores informações podem ser conseguidas na pagina do programa http://www.vsdani.com/ppgef/index.php ou diretamente consultando o edital (EDITAL Nº 045/PRPGP/UFSM), disponível na seção de editais da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa da UFSM http://www.ufsm.br/prpgp/ (link EDITAIS).

18 agosto, 2011

28 junho, 2010

19 fevereiro, 2010

Grade-viva

O vídeo mostra a construção de uma grade-viva, para a contenção de um talude rodoviário.

14 agosto, 2009

Engenharia Natural: o estado da arte na Europa e no sul do Brasil

Fabrício J. Sutili

“Técnicas em que plantas, ou partes destas,

são usadas como material vivo de construção.

Sozinhas, ou combinadas com materiais inertes,

tais plantas devem proporcionar estabilidade

às áreas em tratamento”.

Esse é o conceito dado por Hugo Meinhard Schiechtl (1922–2002) pai da Engenharia Natural (também chamada de Bioengenharia de Solos). Nessas técnicas, não só, os materiais inertes como madeira, pedras, geotexteis e estruturas de metal e concreto, mas também a vegetação é entendida como componente construtivo; em obras que visam a perenização de cursos de água, estabilização de encostas e taludes, tratamento de voçorocas e, o controle da erosão do solo de modo geral.

Surgidas inicialmente, no âmbito fluvial, como medidas complementares aos métodos tradicionais de controle de torrentes, estas técnicas são conhecidas e utilizadas na Europa Central há décadas. Nos métodos tradicionais de engenharia, outrora lá empregados, as componentes ecológicas e estéticas foram em parte negligenciadas. Atualmente, estas técnicas apresentam-se na Europa como alternativa aos modelos tradicionais, pois além de trazerem solução aos problemas, quando corretamente empregadas, trazem vantagens estéticas e ecológicas.

Também aqui se apresentam como alternativa adequada na solução de uma série de problemas normalmente decorrentes do comportamento processual natural dos cursos de água, por vezes, agravados ou mesmo resultantes das ações antrópicas de ocupação. Bem como, se apresentam como alternativa na [re]estabilização de encostas ou prevenção de movimentos de massas.

Esses problemas que representam, tanto perdas econômicas como situações de risco, podem, com o devido conhecimento, serem mitigados ou mesmo em parte solucionados pela Engenharia Natural. Entretanto não só esses modelos de intervenção são, no sul do Brasil, pouco conhecidos, como carecesse de informações sobre as características técnicas da vegetação.

Com intento de suprir parte dessa carência de informações, a Universidade Federal de Santa Maria em conjunto com o Instituto de Engenharia Natural da Universidade Rural de Viena deu início a um projeto que visa investigar as propriedades vegetativo-mecânicas da vegetação ribeirinha e de encosta. Já foi possível avaliar a aplicabilidade técnica de algumas espécies vegetais, com investigações que compreenderam desde a avaliação do potencial de reprodução vegetativa, época ideal de plantio, crescimento e arquitetura do sistema radicular, bem como a flexibilidade dos ramos e a resistência ao arranquio e tração das raízes. Esse conhecimento tornou possível a implantação segura de algumas obras piloto de estabilização de taludes fluviais. Nesse domínio já existem inclusive empresas que atuam no mercado nacional prestando serviços, que em diferentes graus de aplicação e entendimento, valem-se das técnicas de Engenharia Natural. No entanto, a lacuna de conhecimento quanto às características biotécnicas da vegetação, faz com que as empresas valorizem essencialmente intervenções apoiadas no uso de geotexteis, biomantas ou mesmo geossintéticos, concreto e gabiões, entre outras estruturas pré-fabricadas, em que a vegetação por vezes torna-se simples acabamento estético. Para que seja respeitada a definição dada por Schiechtl, a vegetação deve ser entendida também como componente estrutural.

Artigo publicado no Jornal do CREA/SC de agosto de 2009
Fabrício J. Sutili é doutor pelo Instituto de Engenharia Natural e Planejamento da Paisagem do Departamento de Engenharia e Riscos Naturais da Universidade Rural de Viena. Atualmente é professor adjunto da UFSM / CESNORS.

24 junho, 2008

Livro à venda (ESGOTADO)

As possibilidades de uso da bioengenharia são muito pouco conhecidas no Brasil. O livro, ricamente ilustrado, esclarece os princípios, descreve as diversas técnicas e demonstra o campo de aplicação e o alcance desta Ciência. É sugerida a instalação de experimentos práticos para pesquisar as características biotécnicas de plantas reófilas, visando aumentar a relação de espécies aptas para o manejo de cursos de água. Com um estudo de caso, são dados detalhes da construção de duas obras, empregadas com freqüência pela bioengenharia, na estabilização de taludes fluviais.
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Apresentação
Dividido em oito capítulos ordenados em uma seqüência lógica, que abrangem desde a coleta de dados até a seleção e construção de obras concretas, o livro leva o leitor a ter uma noção geral, porém clara da bioengenharia.
Nos primeiros quatro capítulos, são expostas as principais informações prévias, necessárias aos trabalhos práticos, e esclarecidos importantes conceitos sobre a fisiografia fluvial, processos fluviais e estabilidade de taludes, indispensáveis para o manejo biotécnico de cursos de água.
No capítulo 5, são expostos os efeitos da vegetação sobre a estabilidade de taludes fluviais. Neste capítulo foi incluída também a descrição botânica de espécies, tidas na literatura como potencialmente aptas para a bioengenharia e sugerida uma forma prática de experimento para estudar diversas características biotécnicas de vegetação reófila.
Os capítulos seguintes 6 e 7, adentram as formas e técnicas disponíveis para o manejo prático dos cursos de água, dando especial atenção às obras de bioengenharia.
O ultimo é quase um guia para reconhecer e classificar os problemas decorrentes de processos fluviais, levantar informações, decidir sobre as formas de ação, implantar e acompanhar o tratamentos selecionados. Para demonstrar esta seqüência, os autores apresentam um estudo de caso – O Arroio Guarda-mor – descrevendo os diversos passos para a solução de dois problemas concretos.
Miguel A. Durlo - Fabrício J. Sutili
Santa Maria /RS
Valor: R$ 50,00 + custos de envio
E-mail para contatos: bioengenhariadesolos@gmail.com

20 dezembro, 2007

Literatura disponível em PDF

BIOENGENHARIA DE SOLOS NO ÂMBITO FLUVIAL DO SUL DO BRASIL
Fabrício J. Sutili

Tese apresentada à Universidade Rural de Viena.
94 paginas ricamente ilustradas, versões disponíveis em idioma alemão e português-BR.
Arquivo PDF preparado para impressão frente e verso.
português-BR / brasilianisch (PDF)


INGENIEURBIOLOGIE AN FLIESSGEWÄSSERN IN SÜDBRASILIEN
Fabrício J. Sutili

Dissertation an der Universität für Bodenkultur, Wien.
94 Seiten mit zahlreichen Abbildungen, deutsche und brasilianische Fassung.
PDF Datei für beidseitigen Druck formatiert.
deutsch / alemão (PDF)

01 março, 2007

Obras de Bioengenharia de Solos

Parede-Krainer simples
Local: Arroio Guarda-mor / Faxinal do Soturno - RS / Brasil
Data de construção: Fevereiro de 2002
Plano e Execução: Miguel Durlo e Fabrício J. Sutili
Apresentação do problema: Trecho suavemente curvo, com seu raio externo formado por um talude instável. O solo, de origem flúvica, forma um barranco estratificado, mas predominantemente franco arenoso, com 4 metros de altura, em média, estendendo-se por 40 metros ao longo da margem direita do arroio.
Proposta: Construção de uma parede-Krainer simples vegetada com feixes e estacas vivas e plantio de mudas e gramíneas na parte superior do talude.


Aspecto anterior


Aspecto dois anos após
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Parede-Krainer dupla
Local: Rio Soturno / Faxinal do Soturno - RS / Brasil
Data de construção: Setembro de 2005
Plano: Fabrício J. Sutili e Florin Florineth
Execução: Fabrício J. Sutili
Apresentação do problema: Barranco com 2 metros de altura comprometendo o encaixe direito de uma barragem no Rio Soturno.
Proposta: Construção de uma parede-krainer dupla vegetada com feixes vivos.


Construção


Detalhe dos feixes vivos


Após dois meses


Após três meses
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Esteira viva com pedras na linha d'água
Local: Arroio Guarda-mor / Faxinal do Soturno - RS / Brasil
Data de construção: Julho de 2003
Plano e Execução: Werner Altreiter, Kathrin Plunger e Fabrício J. Sutili
Apresentação do problema: Pequeno barranco de 2 m de altura e 20 metros de extensão.
Proposta: Construção de uma esteira-viva com uso de pedras para proteção na linha d’agua.


Construção da esteira viva


Aspecto da brotação dois meses após
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Esteira viva com parede-Krainer dupla na linha d'água
Local: Arroio Vale Vêneto / Vale Vêneto-RS / Brasil
Data de construção: Outubro de 2005
Plano: Florin Florineth e Fabrício J. Sutili
Execução: Fabrício J. Sutili e Rafael Dornelles
Apresentação do problema:
Corrosão formando barrando de 4 metros de altura (24 m de extensão) prejudicando a base de uma ponte a montante, bem como a estrada de acesso ao distrito de Vale Vêneto.
Proposta: Construção de uma esteira viva com a base protegida por uma parede-Krainer dupla vegetada por uma linha de feixes-vivos.

Aspecto anterior

Construção da base (palificada dupla)


Construção da esteira viva

Aspecto depois de 4 meses

Aspecto após um ano
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Trança vivaLocal: Vale Vêneto-RS / Brasil Data de construção: Outubro de 2006 Plano e Execução: Fabrício J. Sutili e Rafael Dornelles
Apresentação do problema: Pequeno arroio com um trecho de 20 metros em corrosão (0,8 a 1,2 m de altura)
Proposta: Construção de uma trança-viva de 50 a 60 cm de altura com respectivo chanframento da parte superior da margem. A jusante construção de uma soleiras como forma de proteção à trança viva.


Aspecto anterior


Construção trança viva


Construção da soleira


Aspecto geral logo após a construção


Aspecto depois de um mês

22 junho, 2006

Arroio Guarda-mor

Resumo – A instabilidade dos taludes e a erosão em um curso de água são, em princípio, resultados de processos fluviais de origem natural. Esses eventos podem resultar em danos econômicos e sociais, que o homem, involuntariamente pode agravar, ou controlar se houver interesse. Como forma de estabilizar declives e controlar processos erosivos, pode-se fazer uso das técnicas de bioengenharia. Estas biotécnicas são conhecidas e utilizadas há décadas na Europa (em países como Alemanha, Suíça e Áustria) e na América do Norte. No Brasil, entretanto, são ainda pouco conhecidas, dada a falta de uma visão sistemática, decorrente de estudos, observações e experimentos, que permitam sua utilização e difusão. Este trabalho revisa os conceitos relacionados ao tema, apresenta informações sobre as características e os processos fluviais particulares de um curso de água tomado como referência – o arroio Guarda-mor –, e experimenta formas de estabilização dos seus taludes, dando especial atenção à performance e às qualidades biotécnicas de algumas espécies vegetais de ocorrência local. Obteve-se sucesso com os dois modelos de intervenção experimentados. Estes puderam ser implementados com materiais vegetais e construtivos locais e a um custo justificável. Entre as quatro espécies estudadas e experimentadas, apenas Calliandra brevipes mostrou-se pouco promissora. Phyllanthus sellowianus, Salix humboldtiana e Sebastiania schottiana revelaram-se capazes de produzir os efeitos esperados para a estabilização de taludes fluviais.
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Fonte: SUTILI, F. J. Manejo biotécnico do Arroio Guarda-mor: princípios, processos e práticas. Dissertação de Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2004. 114p.

Arquivo completo disponível em: 

20 junho, 2006

Engenharia Natural - conceitos -

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Técnicas (biotécnicas) em que plantas, ou partes destas, são utilizadas como material vivo de construção. Sozinhas, ou combinadas com materiais inertes, tais plantas devem proporcionar estabilidade às áreas em tratamento.
Hugo Meinhard Schiechtl – pai da Engenharia Natural moderna (1922 a 2002 / Áustria)

Área da ciência que se ocupa com a perenização de cursos de água e estabilização de encostas, bem como o tratamento de voçorocas e erosão do solo, através do emprego de material (vegetal) vivo combinado com estruturas inertes como madeira, pedra, geotexteis e estruturas metálicas.
Florin Florineth – Professor catedrático do Instituto de Engenharia Natural de Viena / Áustria